indicadores de sustentabilidade de um relatório

Indicadores de sustentabilidade de um relatório: como traduzir resultados em valor para o mercado?

Sumário

Os indicadores de sustentabilidade de um relatório superam a dimensão estritamente numérica; representam, de maneira palpável, o compromisso de grandes organizações com a gestão responsável de seus impactos.

Já se perguntou se as metas ambientais e sociais da sua empresa estão surtindo o efeito desejado? Os indicadores de sustentabilidade de um relatório ajudam a responder essa questão e mostram se a organização está lidando com seus impactos de maneira realmente responsável. Ao ganhar espaço nos relatórios gerenciais, eles se transformam em um recurso concreto para avaliar desempenho ambiental, social e econômico, além de revelar até que ponto cada ação se alinha às demandas globais de sustentabilidade. Também têm força para demonstrar a seriedade da companhia diante de investidores, parceiros e clientes — um diferencial valioso em um mercado cada vez mais atento ao valor da responsabilidade corporativa.

Mas o que faz um indicador ser relevante? Como garantir que ele fale com clareza e propósito? Este artigo percorre essas questões, investigando os fatores que transformam dados em percepções estratégicas.

Nos próximos tópicos, discutiremos a influência desses indicadores, as perspectivas que os configuram, as normas que lhes conferem coerência e as condições necessárias para desenvolver relatórios que efetivamente transmitam valor e confiança.

Por que os indicadores são importantes?

A relevância dos indicadores de sustentabilidade de um relatório ultrapassa o ato de quantificar resultados. Agem como uma estrutura confiável para que a empresa trabalhe guiada por dados, assegurando que as iniciativas sejam conduzidas com clareza e eficácia. Abaixo, listo as razões que tornam esses recursos indispensáveis para uma gestão atenta às dinâmicas sociais, ambientais e econômicas.

Monitoramento e avaliação

Sem métricas sólidas, torna-se inviável mensurar o avanço rumo às metas de sustentabilidade. Os indicadores fornecem uma visão sistemática para checar o cumprimento dos objetivos, avaliar o ritmo de cada ação e medir a consistência de programas em andamento. Ao identificar desvios ou conquistas pontuais, é possível ajustar o curso de maneira ágil, mantendo tudo em sintonia com as diretrizes traçadas e fortalecendo a capacidade de gestão.

Tomada de decisão

Para quem atua em mercados competitivos e submetidos a regulações rigorosas, decisões precisam ser pautadas em dados confiáveis. Os indicadores de sustentabilidade de um relatório reúnem informações que reduzem incertezas, permitindo aos líderes elegerem prioridades de forma mais segura. Com esse suporte, a questão ambiental, social e de governança passa a se integrar definitivamente às estratégias gerais do negócio, em vez de ser tratada como pauta isolada.

Transparência

A confiança, em qualquer contexto de negócios, depende de uma comunicação consistente, e esses indicadores ajudam a construir essa credibilidade. Ao revelar estatísticas objetivas sobre práticas sustentáveis, a organização evidencia seu compromisso perante colaboradores, parceiros, investidores e demais interessados. Seja em apresentações, relatórios periódicos ou auditorias, esses dados endossam a seriedade e a coerência das ações, transmitindo segurança ao mercado.

Comparação

Na dinâmica corporativa, a capacidade de comparar desempenhos, tanto internamente quanto com outras empresas do setor, é uma vantagem estratégica. Indicadores possibilitam uma visão clara sobre a evolução das práticas sustentáveis, identificando não apenas avanços, mas também áreas que exigem melhorias. Além disso, essa análise comparativa permite que a organização se posicione competitivamente, ajustando-se às melhores práticas e identificando oportunidades de inovação.

Categorias de Indicadores de Sustentabilidade

Quando falamos em indicadores de sustentabilidade de um relatório, é comum organizá-los em três blocos: ambiental, social e econômico. Essa forma de agrupar revela o tamanho do desafio de alinhar, em uma única gestão, múltiplos aspectos que envolvem o relacionamento com o meio ambiente, o impacto nas pessoas e a saúde financeira da empresa. Cada categoria traz questões decisivas para quem deseja crescer com responsabilidade, unindo metas internas às expectativas do mercado e da sociedade.

Dimensão Ambiental
A dimensão ambiental mostra como suas operações influenciam a natureza e como é possível aprimorar processos para minimizar danos. Com esse olhar, você consegue avaliar, por exemplo, o volume de recursos consumidos, a eficiência no uso de energia e o nível de emissões. Esses dados sinalizam onde existem oportunidades de redução de impactos, reforçando o compromisso com práticas que priorizam o cuidado com o planeta e asseguram longevidade ao negócio.

  • Gases do efeito estufa: Monitorar as emissões de CO₂, metano e outros gases é indispensável para avaliar a contribuição da empresa às mudanças climáticas. Indicadores como intensidade de carbono e pegada de carbono ajudam a contextualizar esse impacto.
  • Consumo de recursos: O uso de água, energia, papel e materiais revela o grau de eficiência nos processos produtivos. O impacto sobre a biodiversidade também é um ponto de atenção, especialmente em setores com forte relação com o meio ambiente.
  • Gestão de resíduos: Saber quantos resíduos são gerados, como são reciclados e qual a destinação final é fundamental para entender a responsabilidade da empresa com a economia circular.
  • Poluição: Emissões atmosféricas, efluentes líquidos e resíduos sólidos são questões críticas que precisam ser acompanhadas de perto, não apenas por exigências regulatórias, mas como parte de um compromisso com práticas éticas.

Dimensão Social

Já a dimensão social revela de que maneira a empresa lida com pessoas, dentro e fora dos portões. Aqui, entram fatores como condições de trabalho, formação das equipes, bem-estar, diversidade e relacionamento com comunidades do entorno. Ao acompanhar esses indicadores, você percebe se a cultura organizacional promove harmonia e desenvolvimento, além de entender como suas ações reverberam na reputação e na motivação do time.

  • Relações com os funcionários: Taxas de rotatividade, níveis de satisfação e programas de treinamento refletem como a empresa enxerga e trata sua equipe. Mais do que um número, esses indicadores mostram se o ambiente de trabalho é um espaço de crescimento.
  • Direitos humanos: O respeito aos direitos humanos, seja na própria operação ou na cadeia de valor, é inegociável. Questões como trabalho infantil e condições análogas à escravidão são intoleráveis em qualquer contexto corporativo.
  • Comunidade: Investimentos sociais, programas de voluntariado e o impacto dos projetos na comunidade local demonstram o quanto a empresa contribui para o desenvolvimento além de seus muros.
  • Diversidade e inclusão: Indicadores que medem a presença de diferentes grupos no quadro de funcionários, aliados a políticas de inclusão, fortalecem a cultura organizacional e impulsionam a inovação.

Dimensão Econômica

Por fim, a dimensão econômica reflete resultados financeiros aliados à visão de longo prazo. Neste contexto, os indicadores de sustentabilidade de um relatório destacam a capacidade de gerar lucro sem se afastar de valores que mantenham a companhia sólida e confiável. Não se trata de priorizar apenas o faturamento, mas de equilibrar rentabilidade e responsabilidade, demonstrando solidez para o mercado e segurança para os investidores.

  • Desempenho financeiro: Indicadores como lucratividade, retorno sobre o investimento e crescimento da receita são a base para sustentar qualquer operação sustentável.
  • Cadeia de valor: Relações sólidas com fornecedores, clientes e parceiros refletem não apenas a eficiência operacional, mas também a ética nas negociações.
  • Inovação: Investimentos em pesquisa, desenvolvimento e o número de patentes mostram o compromisso da empresa com soluções futuras que aliem eficiência e sustentabilidade.
  • Governança corporativa: Indicadores de transparência, ética e responsabilidade corporativa são cruciais para demonstrar o alinhamento entre práticas internas e expectativas externas.

Essas três dimensões funcionam como partes interconectadas de um mesmo organismo. Quando observadas em conjunto, revelam quanto a organização está preparada para responder às exigências dos negócios, da sociedade e do meio ambiente. E, ao tratar cada indicador de forma estratégica, todos os agentes envolvidos — desde executivos e conselhos até investidores e colaboradores — ganham uma ferramenta valiosa para tomar decisões, compreender riscos e identificar oportunidades. Assim, a empresa se fortalece em um cenário que valoriza práticas orientadas à sustentabilidade e ao crescimento responsável.

Métricas para medir o sucesso dos indicadores de sustentabilidade de um relatório

Para que os indicadores de sustentabilidade de um relatório tenham relevância e utilidade prática, é essencial que sejam acompanhados de métricas claras e quantificáveis. Essas métricas oferecem um panorama detalhado sobre o progresso das iniciativas, permitindo que empresas ajustem suas estratégias com precisão e comuniquem seus resultados de forma estruturada. Abaixo, exploramos as principais abordagens para mensurar o sucesso.

Valores absolutos

Os valores absolutos fornecem um ponto de partida concreto, permitindo mensurar o impacto total de uma atividade ou recurso utilizado. Eles oferecem uma visão abrangente que facilita o entendimento da escala de operações. Exemplos incluem:

  • Quantidade total de emissões de gases do efeito estufa: Essencial para avaliar o impacto direto das atividades produtivas no clima.
  • Consumo total de água: Indica o volume de recursos hídricos utilizados pela organização, um aspecto crítico em setores intensivos no uso de água.
  • Resíduos gerados: Permite mapear a eficiência da gestão de resíduos e identificar oportunidades de melhoria na reciclagem ou destinação.

Valores relativos

Enquanto os valores absolutos são úteis para uma visão ampla, os valores relativos contextualizam esses números no escopo da operação, tornando possível comparações mais precisas. Exemplos incluem:

rocha cerqueira
  • Emissões por unidade de produto: Revela a eficiência ambiental da cadeia produtiva.
  • Consumo de água por funcionário: Útil para avaliar o impacto proporcional de iniciativas internas.

Taxas de crescimento

Taxas de crescimento capturam o ritmo de progresso em direção às metas estabelecidas. Elas são essenciais para avaliar a evolução das estratégias de sustentabilidade ao longo do tempo. Exemplos incluem:

  • Taxa de redução de emissões de gases do efeito estufa: Mede o impacto de iniciativas como eficiência energética e transição para fontes renováveis.
  • Aumento na participação de energia renovável na matriz energética: Indica o comprometimento da organização com a redução de dependência de combustíveis fósseis.

Índices

Os índices sintetizam dados em métricas acessíveis e são ideais para comunicar resultados de forma clara, tanto para públicos internos quanto externos. Exemplos incluem:

  • Índice de satisfação dos funcionários: Mede o impacto de iniciativas sociais e de governança no ambiente de trabalho.
  • Índice de diversidade: Avalia a representatividade de grupos diversos no quadro de colaboradores, refletindo o compromisso da organização com inclusão.

Ao definir critérios claros para os indicadores de sustentabilidade de um relatório, cada iniciativa passa a ser acompanhada de forma criteriosa, garantindo ajustes pontuais e verificações periódicas. Dessa maneira, a tomada de decisões deixa de se apoiar em palpites ou intuição, pois há dados confiáveis que orientam a condução das ações. Além disso, as informações apresentadas ajudam a construir uma percepção consistente diante de diferentes stakeholders, confirmando o compromisso da empresa com práticas responsáveis e alinhadas às expectativas do mercado.

Padrões para a elaboração de relatórios de sustentabilidade

Os indicadores de sustentabilidade de um relatório ganham força e credibilidade quando estruturados com base em padrões reconhecidos, que oferecem diretrizes consistentes e permitem comparações confiáveis. Esses frameworks auxiliam na organização das informações, garantindo que os relatórios atendam às expectativas de diversos públicos, desde investidores até reguladores e comunidades locais. Entre os principais padrões estão o Global Reporting Initiative (GRI), o Sustainability Accounting Standards Board (SASB) e as normas brasileiras ABNT PR2030-1 e PR2030-2, que oferecem abordagens complementares e específicas para diferentes contextos.

Global Reporting Initiative (GRI)

Fundado em 1997 como uma colaboração entre o CERES e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o GRI revolucionou a forma como organizações relatam seus impactos econômicos, sociais e ambientais. Sua evolução reflete a necessidade de adaptar-se às demandas crescentes por relatórios que sejam abrangentes e claros.

  • Lançamentos e atualizações:
    • Em 2000, a primeira versão das diretrizes foi publicada, criando um padrão global para relatórios de sustentabilidade.
    • A versão G3, lançada em 2006 e atualizada para o G3.1 em 2011, aprimorou a abordagem, tornando-a mais flexível.
    • O G4, introduzido em 2013, trouxe o conceito de materialidade, priorizando os temas mais relevantes para as organizações e seus stakeholders.
    • Em 2016, o GRI apresentou os GRI Standards, uma abordagem modular que facilita a adaptação e atualização contínua.

O GRI é amplamente utilizado por empresas que buscam estruturar informações detalhadas e estabelecer um diálogo claro com investidores, comunidades e reguladores.

Sustainability Accounting Standards Board (SASB)

O SASB, fundado em 2011, oferece uma perspectiva focada na materialidade financeira, conectando práticas de sustentabilidade ao desempenho econômico. Seus padrões, lançados oficialmente em 2018, são voltados para investidores e analistas financeiros, com métricas adaptadas a diferentes setores econômicos.

  • Foco setorial: As diretrizes do SASB são ajustadas para setores específicos, como saúde, tecnologia e transporte, permitindo análises detalhadas que refletem a realidade de cada indústria.
  • Integração com métricas financeiras: O SASB dialoga diretamente com frameworks contábeis tradicionais, como IFRS e GAAP, permitindo que os relatórios integrem sustentabilidade e desempenho financeiro.
  • Evolução global: Em 2022, o SASB foi integrado ao International Sustainability Standards Board (ISSB), consolidando sua relevância no cenário global.

Empresas que adotam o SASB conseguem alinhar sua comunicação às expectativas de investidores, demonstrando como a sustentabilidade impacta diretamente seus resultados.

Normas ABNT PR2030-1 e PR2030-2

Publicadas em dezembro de 2024, as normas brasileiras ABNT PR2030-1 e PR2030-2 foram projetadas para atender às necessidades do mercado nacional, sem perder a conexão com padrões globais. Elas se destacam por oferecer uma abordagem estruturada para a implementação de práticas ESG em organizações de diferentes portes e setores.

  • ABNT PR2030-1: Essa norma organiza os indicadores de sustentabilidade em três eixos principais:
  • Ambiental: Inclui indicadores como emissões de gases de efeito estufa, eficiência energética e gestão de resíduos.
  • Social: Abrange questões como diversidade, direitos humanos e impacto comunitário.
  • Governança: Foca em transparência, ética e políticas de combate à corrupção.
  • Além disso, oferece um modelo de maturidade ESG, que classifica as organizações de acordo com seu estágio de desenvolvimento sustentável.
  • ABNT PR2030-2: Detalha um processo para determinar a materialidade dos indicadores, incluindo a identificação e priorização de temas ESG mais relevantes. Isso ajuda a garantir que os relatórios reflitam as áreas de maior impacto e interesse, aumentando a credibilidade e o alinhamento estratégico.

Complementaridade entre os padrões

Embora distintos em enfoque, o GRI, o SASB e as normas ABNT PR2030 não se excluem; ao contrário, são complementares. O GRI oferece uma abordagem ampla e universal, ideal para relatórios que abrangem uma grande variedade de stakeholders. O SASB se destaca em relatórios financeiros e setoriais, focando em investidores. Já as normas ABNT são essenciais para organizações que desejam um alinhamento profundo com as demandas do mercado brasileiro, promovendo uma estrutura ESG local robusta.

A combinação desses padrões permite às empresas elaborarem relatórios de sustentabilidade que sejam não apenas completos e transparentes, mas também estratégicos e adaptados às realidades de seus mercados. Ao utilizar esses frameworks, as organizações fortalecem sua posição, comunicando de forma clara e consistente o impacto de suas operações e o compromisso com um futuro mais responsável.

Estrutura básica de um relatório gerencial de sustentabilidade

Produzir um relatório gerencial de sustentabilidade requer mais do que compilar dados em um documento. É necessário esclarecer como as operações se conectam, evidenciando resultados conquistados e metas que se desenham no horizonte.

Nesse processo, os indicadores de sustentabilidade de um relatório revelam o grau de alinhamento de cada ação com os objetivos estratégicos, além de indicar potenciais desafios e oportunidades.

Para que essa visão seja clara, o relatório deve reunir elementos que traduzam o percurso da empresa de forma acessível, permitindo que qualquer pessoa — dentro ou fora da organização — compreenda a situação atual e tenha uma ideia dos próximos passos.

1. Introdução

A introdução é o momento em que a empresa posiciona sua estratégia de sustentabilidade dentro do contexto organizacional e do mercado. Essa seção deve abordar:

  • Posicionamento estratégico: Explicar como práticas ESG estão integradas ao modelo de negócios, conectando governança, operações e decisões estratégicas. Um exemplo relevante seria destacar como uma política de redução de emissões está vinculada à eficiência operacional e à atração de capital de investidores comprometidos com critérios ESG.
  • Desafios e tendências setoriais: Discutir tendências como descarbonização, economia circular ou inclusão, demonstrando o alinhamento da empresa com as transformações globais. Por exemplo, uma indústria que investe em tecnologia limpa pode usar esse espaço para destacar como está liderando a transição para modelos mais sustentáveis.
  • Conexão com metas organizacionais: Relacionar iniciativas de sustentabilidade às metas financeiras e de inovação, reforçando a integração entre ESG e o planejamento estratégico.

2. Materialidade

A materialidade atua como um filtro que prioriza esforços, mostrando que o relatório concentra energia naquilo que realmente afeta a organização e todas as partes envolvidas. Para isso, a seção deve incluir:

  • Processo de identificação: Explicar como os temas foram definidos, detalhando consultas realizadas, uso de matrizes de materialidade e cruzamento de dados com tendências globais e setoriais. Por exemplo, uma empresa de varejo pode priorizar consumo de energia e direitos trabalhistas com base em riscos identificados na cadeia de fornecimento.
  • Conexão estratégica: Mostrar como cada tema material foi traduzido em ações práticas. Por exemplo, ao priorizar diversidade, descrever programas de capacitação que resultaram em maior representatividade em posições de liderança.

3. Indicadores e resultados

Os indicadores apresentados devem demonstrar claramente o desempenho e serem acompanhados de análises que expliquem o contexto e a relevância dos resultados.

  • Indicadores alinhados a padrões globais: Usar métricas reconhecidas, como emissões de CO₂ (ambiental), índice de retenção de talentos (social) e relatórios de auditoria (governança). Cada indicador deve ser contextualizado dentro do cenário estratégico da organização.
  • Evolução temporal: Apresentar progressos em relação a períodos anteriores, destacando ganhos ou ajustes necessários. Por exemplo, comparar a redução de 15% nas emissões em relação ao ano anterior com metas de neutralidade de carbono.
  • Benchmarks e competitividade: Mostrar como os resultados se posicionam em relação a concorrentes ou médias setoriais. Um banco, por exemplo, pode usar essa seção para demonstrar liderança em financiamento de projetos verdes.

4. Metas e planos futuros

As metas e os planos devem demonstrar o compromisso da organização com a continuidade das ações e com a transparência em relação aos desafios futuros.

  • Metas mensuráveis e desdobradas: Especificar metas como “reduzir emissões de escopo 1 e 2 em 50% até 2030”, detalhando ações intermediárias que sustentem esses objetivos.
  • Alinhamento regulatório e mercadológico: Explicar como as metas respondem a regulamentações emergentes ou se conectam a demandas de investidores. Por exemplo, demonstrar que metas de eficiência hídrica estão alinhadas às exigências de fundos ESG.
  • Ações planejadas: Detalhar projetos que sustentam as metas, como a implementação de painéis solares, otimização de logística ou ampliação de práticas inclusivas.

5. Reflexões críticas e aprendizados

Os relatórios mais confiáveis são aqueles que abordam não apenas os sucessos, mas também os desafios enfrentados.

  • Desafios enfrentados: Explicar, de forma objetiva, gargalos como dificuldade na coleta de dados ou impactos da inflação em projetos de sustentabilidade.
  • Medidas corretivas: Apontar as ações já tomadas ou planejadas para superar esses desafios. Por exemplo, reorganizar fornecedores para melhorar a rastreabilidade de materiais.
  • Impacto na gestão futura: Demonstrar como os aprendizados estão moldando o planejamento estratégico, como a adoção de novas tecnologias para mitigar riscos climáticos.

6. Conexão com estratégia corporativa

O relatório deve reforçar como as práticas sustentáveis não são iniciativas isoladas, mas parte integrante da gestão.

  • Integração transversal: Mostrar como ESG influencia decisões em todas as áreas da organização, de investimentos em infraestrutura até políticas de RH.
  • Utilidade prática: Explicar como o relatório é usado para atrair capital, melhorar relações com stakeholders ou identificar novas oportunidades de mercado.
  • Fortalecimento da reputação: Demonstrar como o relatório contribui para posicionar a empresa como líder em práticas ESG, diferenciando-a no mercado global.

Da intenção ao resultado: a contribuição da Rocha Cerqueira na gestão de indicadores

Para fechar esta conversa sem recapitular todo o caminho percorrido, vale observar que os indicadores de sustentabilidade de um relatório funcionam como um ponto de convergência entre dados confiáveis, estratégias de longo prazo e expectativas do mercado. Eles oferecem uma bússola precisa para direcionar recursos, revisar práticas e ampliar a transparência, mas isso só ocorre de forma contínua quando há estrutura bem definida por trás de cada métrica.

É nesse cenário que a Rocha Cerqueira se apresenta como parceira para organizações que desejam aprimorar seus relatórios de sustentabilidade. Contando com soluções tecnológicas e experiência na gestão de requisitos legais e de dados, a equipe auxilia desde a definição de parâmetros iniciais até a elaboração do documento final, amparando líderes e departamentos que buscam consistência nos resultados. Ao integrar monitoramento, análise e reporting em uma única plataforma, a Rocha Cerqueira permite que cada indicador seja convertido em informação estratégica, garantindo mais solidez nas tomadas de decisão e mais clareza na comunicação com investidores, conselhos e demais públicos interessados.

Adriana Rocha de Cerqueira

Gestora do Setor de Inteligência de dados. Atuação e expertise centradas em valer das competências digitais e metodologias ágeis para proporcionar aos profissionais e às organizações a melhor experiência com o acesso à informação jurídica.

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