Pesquisa Global sobre o Clima People's Climate Vote

PNUD divulga a Pesquisa Global sobre o Clima

Sumário

Pesquisa Global sobre o Clima 2024 destaca que a maioria dos brasileiros acreditam que o país deveria reforçar seus compromissos climáticos.

Em 2024, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) revelou os resultados da “People’s Climate Vote”, uma abrangente pesquisa de opinião pública sobre mudanças climáticas.

Esta iniciativa, realizada em parceria com a Universidade de Oxford, visa fornecer uma plataforma para as pessoas expressarem suas preocupações e necessidades relativas às mudanças climáticas diretamente aos líderes mundiais. Lançada inicialmente em 2020, ela faz parte da campanha Mission 1.5, que também tem como foco educar o público sobre soluções para as mudanças climáticas e inquirir sobre as ações que eles consideram que os governos deveriam tomar .

Abrangendo 77 países, que representam 87% da população mundial, a Pesquisa Global sobre o Clima foi desenhada para assegurar a inclusão de uma ampla gama demográfica por meio de amostragem aleatória.

A edição deste ano aponta um apoio significativo para ações climáticas mais intensas nos 20 maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo,, com maiorias variando de:

• EUA e na Rússia, 66%
• Alemanha, 67%
• China, 73%
• África do Sul e na Índia, 77%
• Brasil, 85%
• No Irã, 88%
• Até 93% na Itália.

Implicações estratégicas da pesquisa para o setor privado brasileiro

Os dados coletados nesta pesquisa podem orientar decisões e levar à revisão de estratégias corporativas no Brasil. Com 77% dos brasileiros reportando uma preocupação crescente em relação ao ano anterior, a análise destes dados sugere uma necessidade iminente de integração de práticas de sustentabilidade com o core business das empresas.

De maneira geral, os entrevistados brasileiros se mostraram mais preocupados com questões climáticas do que a média mundial. Acompanhe o resultado da pesquisa realizada com 901 entrevistados no Brasil:

Preocupação com mudanças climáticas

• 76% dos entrevistados brasileiros estão mais preocupados com as mudanças climáticas do que no ano anterior, comparado a 53% no nível global.
• 51% dos brasileiros pensam diariamente sobre mudanças climáticas, em contraste com 32% globalmente.
• 60% dos brasileiros afirmam que o país lida mal ou muito mal com as mudanças climáticas, significativamente acima dos 25% no nível global.

Impacto e proteção contra eventos climáticos extremos

• 70% dos brasileiros sentem que suas comunidades foram mais afetadas por eventos climáticos extremos do que no ano anterior, muito acima dos 43% no nível global.
• 90% dos brasileiros acreditam que o país deveria oferecer maior proteção às pessoas vulneráveis contra eventos climáticos extremos, superior aos 78% na média global.

Transição para energias renováveis

• 81% dos brasileiros acreditam que o país deve substituir fontes de energia fósseis por renováveis rapidamente ou muito rapidamente, comparado a 72% globalmente.

rocha cerqueira

Educação sobre mudanças climáticas

• 93% dos entrevistados no Brasil consideram que as escolas deveriam dedicar mais atenção ao tema das mudanças climáticas, em comparação com 80% globalmente.

Reforço dos compromissos climáticos

• 85% dos entrevistados no Brasil acreditam que o país deveria reforçar seus compromissos climáticos, comparado a 80% globalmente.

Esses dados sugerem que as empresas que operam no Brasil devem revisar suas estratégias para incorporar práticas ambientais sustentáveis. Alguns pontos saltam aos olhos:

Transição energética e inovação: O forte apoio global à transição energética rápida ressalta uma tendência universal que tem implicações diretas para o Brasil. No contexto brasileiro, isso significa mais do que, simplesmente, mudar as fontes de energia; requer uma transformação nos processos produtivos para reduzir a dependência de energias não renováveis. Empresas líderes no Brasil podem se destacar pelo desenvolvimento e implementação de tecnologias inovadoras que aumentem a eficiência energética, mas também cortem drasticamente as emissões de carbono.

Resiliência e gestão de risco: Com a maioria dos respondentes, tanto no Brasil quanto em nível mundial, solicitando mais proteção contra eventos climáticos extremos, as organizações brasileiras são chamadas a enfatizar investimentos para ampliar a resiliência e a antifragilidade. Isso envolve criar modelos preditivos e realizar análises de risco que permitam respostas rápidas e bem-informadas a tais eventos. Adotar essas medidas é mandatório para garantir a operação contínua e proteger os ativos sob as crescentes ameaças de instabilidades climáticas.

Educação e liderança em sustentabilidade: A pesquisa enfatiza também a valorização da educação ambiental, com 93% dos entrevistados, apoiando o aumento do ensino sobre mudanças climáticas. Para o mercado brasileiro, isso sinaliza a necessidade de desenvolver uma cultura interna de consciência ambiental e liderança prática em sustentabilidade. Investir em programas de formação que integrem sustentabilidade em todas as áreas de negócio pode posicionar as empresas como referências no mercado, impulsionando inovações orientadas para a sustentabilidade.

Colaboração e governança: A pesquisa revela uma preferência global por uma ação colaborativa e integrada em questões climáticas. Para empresas brasileiras com alcance global, isso implica em alinhar estratégias e operações com esses esforços conjuntos. É essencial que as práticas de governança corporativa não só atendam às regulamentações locais, mas também contribuam positivamente em um contexto global, reforçando o compromisso com impactos sustentáveis de larga escala.

E para finalizar, podemos destacar que os resultados da Pesquisa Global sobre Clima de 2024 devem ser interpretadas como elementos-chave para uma revisão estratégica nas corporações. A capacidade de analisar e implementar ações baseadas nestes dados pode ser catalizador importante para as empresas que buscam prosperar e liderar em um ambiente marcado por rápidas mudanças climáticas.

Nesse sentido, a conformidade com normativas legais, aliada aos critérios ESG e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, delineia uma rota clara para as corporações que visam liderar no cenário global de negócios sustentáveis, garantindo inovação e excelência operacional.

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