Mapa de risco

O que é um mapa de risco e como ele é feito

Sumário

A prevenção de acidentes de trabalho é uma pauta extremamente importante dentro das políticas internas de toda e qualquer empresa, e que pede pelo uso das melhores ferramentas de antecipação de quaisquer possibilidades de perigo para a integridade física dos trabalhadores. Nesse sentido, o Mapa de Risco representa o principal recurso preventivo.

Afinal, ele é capaz de compilar e ilustrar de maneira explícita cada um dos possíveis agentes de risco existentes em um ambiente de trabalho.

Entretanto, a elaboração do Mapa de Risco exige certos cuidados, uma vez que qualquer mudança no ambiente de trabalho pode influenciar na exposição dos trabalhadores ao risco. Por isso, é vital fazê-lo em momentos pontualmente apropriados, e sempre por uma equipe capacitada.

Dito isso, vale lembrar que não se trata apenas de uma ferramenta de conscientização e prevenção, como também um ítem cuja obrigatoriedade está prevista em lei – sujeito a penalidades judiciais, em caso de descumprimento.

Por esse motivo, elaboramos este artigo especial, contendo todas as informações para que você possa tirar todas as suas dúvidas sobre o assunto. Vamos lá?

O que é um mapa de risco?

Um mapa de risco é uma representação gráfica, baseada na planta baixa, que destaca os potenciais perigos no ambiente de trabalho. Ele compila um conjunto de informações sobre riscos físicos e doenças relacionadas à jornada de trabalho e ao treinamento de segurança do trabalho. Essencialmente, serve para orientar sobre a gravidade e a localização dos riscos à saúde, promovendo um ambiente laboral seguro e informado.

Devido a ter sido desenvolvido pelo movimento sindical da Itália em conjunto com os funcionários, durante a década de 60, a ferramenta ficou conhecida como “Modelo Operário Italiano” – atendendo de forma participativa às necessidades dos trabalhadores no que diz respeito tanto ao planejamento quanto ao controle da saúde e da segurança nos espaços laborais.

O modelo chegou ao Brasil durante os anos 80. Porém, apenas na década de 90, por meio da portaria DNSST nº 5, que se deu sua obrigatoriedade.

De acordo com os termos da própria portaria, cabe ao empregador a realização do mapeamento dos riscos ambientais no trabalho, afixando-o em local visível, para informação aos trabalhadores.

O Mapa de Risco é importante tanto para os trabalhadores quanto para a própria empresa, uma vez que, enquanto assegura a vida, a saúde e as capacidades de trabalho dos primeiros, também reduz os gastos dos segundos com acidentes, afastamento de funcionários e danos em equipamentos.

E quais são os objetivos de um mapa de risco?

O Mapa de Risco tem como objetivo primeiro promover a informação e a conscientização entre os trabalhadores acerca dos riscos que se apresentam ao longo da rotina laboral, funcionando como um importante instrumento preliminar para o planejamento de ações preventivas que evitem acidentes que ponham em perigo a integridade física da equipe.

Essa utilidade, contudo, vai além da proteção dos funcionários, estendendo-se a todos os níveis da organização, bem como a possíveis visitantes. 

É justamente por isso que a utilização do Mapa de Risco se faz essencial em qualquer ambiente de trabalho, afinal, é inegável a eficiência de suas funções, não apenas na indicação dos níveis de risco, como na obtenção de diagnósticos de situação – sendo sua elaboração e implementação ferramentas decisivas para a compreensão, por exemplo, da importância do uso de EPIs e EPCs.

Vale destacar também que a implementação do Mapa de Risco favorece os resultados da empresa em nível de produtividade e lucratividade, uma vez que com um clima organizacional pleno anda de mãos dadas com uma gestão eficiente que promova o bem-estar, a motivação e a satisfação dos trabalhadores.

Finalizamos ressaltando que, quando a empresa opera em conformidade com o Mapa de Risco, ela também se protege, principalmente no que diz respeito a processos judiciais, multas, acidentes e doenças ocupacionais, evitando assim todas as dores de cabeça provenientes destes infortúnios, como desprestígio, perda de funcionários, e, claro, gastos com processos, multas e indenizações.

Por isso, para total aproveitamento do Mapa de Risco, é mister que o gráfico esteja sempre exposto em um local de fácil acesso e visibilidade para todos  os trabalhadores, facilitando a informação e a conscientização sobre os riscos apresentados pelas atividades e pelo próprio ambiente profissional.

Como é feito um mapa de risco?

O processo de elaboração de um Mapa de Risco é extremamente detalhado, e deve ser realizado de maneira conjunta entre a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e os trabalhadores. As empresas que, porventura, não possuam CIPA devem entrar em contato com um profissional da Segurança do Trabalho, para que o serviço seja realizado.

A participação dos trabalhadores na elaboração do Mapa de Risco é indispensável, considerando que a eles pertence o devido conhecimento do ambiente e das tarefas que nele são diariamente realizadas. 

Rocha Cerqueira

O gestor deve, inclusive, aproveitar esse momento para coletar as experiências da equipe, observando as principais sugestões e queixas referentes às atividades e ao cotidiano do ambiente laboral, em prol das melhorias necessárias para a qualidade de vida e trabalho de todos.

Dito isso, explicaremos, a seguir, cada item a ser observado para a elaboração correta do Mapa de Risco:

  • é fundamental que se conheça perfeitamente o processo de trabalho do local analisado, desde a maneira como ocorrem as atividades até o espaço em si, cada atividade pode representar um ou mais riscos diferentes (quedas, explosões, exposição a substâncias químicas prejudiciais à saúde etc.), portanto, esse mapeamento precisa ser feito considerando cada contexto específico;
  • outros agentes de riscos também devem ser identificados: não são apenas as atividades em si que podem oferecer eventuais perigos, mas os próprios ambientes em si carregam características próprias a se considerar, espaços confinados, por exemplo, oferecem riscos diferentes de ambientes abertos;
  • observar as medidas preventivas já existentes e avaliar a eficácia de cada uma delas também é uma etapa importante desse processo, tanto no que se refere à proteção individual quanto à proteção coletiva;
  • organização, higienização e conforto são parâmetros-chave a se considerar, e, uma vez identificadas as medidas existentes para cada um desses riscos, é preciso conferir sua eficiência, de modo a abordar cada aspecto de forma particular;
  • os identificadores de saúde merecem uma atenção especial, baseando-se em todas reclamações, acidentes e doenças que já tenham ocorrido em decorrência das condições de trabalho para que as mesmas não venham a reincidir;
  • finalmente, é chegado o momento de reunir todas essas informações no Mapa de Risco – não esquecendo de fazê-lo inserindo os círculos e as cores sobre uma planta ou alguma representação gráfica do local de trabalho. Esses elementos funcionam como indicadores do tipo e da gravidade de cada risco apontado.

A seguir, explicaremos a utilização dos círculos e das cores em detalhes.

Círculos

Os círculos são a forma mais comum de representar os riscos no Mapa de Risco, embora quadrados, triângulos e outras formas também possam ser utilizados. O que realmente importa aqui é o uso dos tamanhos para classificá-los.

  • círculo pequeno: medindo aproximadamente 2,5cm de diâmetro, esse círculo representa um risco essencialmente pequeno, ou um risco médio já protegido;
  • círculo médio: com cerca de 5 cm de diâmetro, temos aqui um risco relativamente problemático, mas que pode ser devidamente controlado.
  • círculo grande: com diâmetro de 10 cm, esse círculo define os riscos que podem causar mortes, mutilações ou doenças, e para os quais não há mecanismos adequados de proteção.

Cores

As cores representam os diversos tipos de risco que podem se apresentar em um ambiente de trabalho, conforme suas respectivas naturezas:

  • verde: riscos físicos;
  • vermelho: riscos químicos;
  • marrom: riscos biológicos;
  • amarelo: riscos ergonômicos;
  • azul: riscos de acidentes. 

É normal que um mesmo local possa oferecer mais de um risco. Em casos assim, há duas formas de ilustrar isso no mapa: incluindo mais de um círculo, cada um de uma cor, para cada tipo de risco; ou incluir um único círculo, dividido em mais cores – neste caso, a gravidade do risco deverá ser dada não pelo tamanho, mas de acordo com a porcentagem apontada naquela cor.

Importante ressaltar que o Mapa de Risco deverá ser revisado toda vez que o ambiente sofrer algum tipo de transformação, como por exemplo: alteração de maquinário, modificação na planta do ambiente, troca de gestão ou alteração ou mudança nas atividades desenvolvidas. 

Também é importante manter-se atento às eventuais alterações nas NRs, a fim de se manter em dia com os padrões exigidos.

Qual NR exige o mapa de risco?

A obrigatoriedade do Mapa de Risco se dá pela NR5, que também delega à CIPA a função de elaborar todo o mapeamento dos riscos do local. Essa ação deve ocorrer sob a orientação do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho), ou de alguma empresa especializada, conforme podemos conferir no trecho destacado a seguir.

“DAS ATRIBUIÇÕES

5.16 A CIPA terá por atribuição:

a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o Mapa de Risco, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver.”

Agora você tem todas as informações sobre a importância e elaboração do Mapa de Risco. Garanta a segurança dos trabalhadores e o cumprimento das normas regulatórias. E claro, se tiver qualquer dúvida sobre segurança no trabalho ou sobre como elaborar um Mapa de Risco, estamos aqui para ajudar. Além disso, gostaríamos de apresentar uma solução abrangente para aprimorar a capacitação profissional dos trabalhadores: o Qualifica NG.

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